ADOLESCÊNCIA E HOSPITALIZAÇÃO: INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA DIALÉTICA SAÚDE E DOENÇA

Kátia Martins Molinari, Rosa Maria Corrêa

Resumo


eoi/doi Deposit-Electronic Object Identifier

http://eoi.citefactor.org/10.11248/ehum.v7i2.1515

RESUMO:O presente artigo apresenta um estudo de caso realizado com adolescentes hospitalizados entre os meses de setembro e novembro de 2014 em um Hospital público de Belo Horizonte, onde existe um trabalho realizado semanalmente com este público no formato de grupo operativo. Este estudo se propõe a tentar elucidar quais os reflexos desse espaço de fala para o tratamento dispensado a esses adolescentes. Utilizou-se como metodologia a pesquisa qualitativa como observação participante e entrevista narrativa. Como resultado, pode-se perceber fatores inerentes à própria adolescência como afetividade, agressividade e imagem corporal, bem como a importância do vínculo nas relações estabelecidas para maior participação da própria dinâmica e como isso pode afetar o processo de resiliência e adaptação ao tratamento.

 

Palavras-chave: grupo, adolescentes, imagem corporal, esquema corporal, agressividade e afetividade.

 

ABSTRACT:

This article presents a case study of hospitalized adolescents between the months of September and November 2014 in a public hospital in Belo Horizonte, where there is a weekly realized work with this audience in the operative group format. This study aims to try elucidates  the consequences of this speech space for the treatment of these adolescents. It was used as methodology the qualitative research as participant observation and narrative interview. As a result, it can see inherent factors to adolescence as affection, aggression and body image, as well as the importance of the link in the relations established for greater participation of the dynamics and how it can affect the process of resilience and adapting the treatment.
Keywords: group, teens, body image, body scheme, aggressiveness and affection.

Recebido em: 22/04/2015 – Aceito em 18/05/2015


Palavras-chave


grupo, adolescentes, imagem corporal, esquema corporal, agressividade e afetividade.

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Referências


Definimos observação participante como um processo pelo qual um pesquisador se coloca como observador de uma situação social, com a finalidade de realizar uma investigação científica. O observador, no caso, fica em relação direta com seus interlocutores no espaço social da pesquisa na medida do possível, participando da vida social deles, no seu cenário cultural, mas com a finalidade de colher dados e compreender o contexto da pesquisa. Por isso, o observador faz parte do contexto, modifica esse contexto pois interfere nele, assim como é modificado pessoalmente. (MINAYO, 1994, p. 70)

[...]que tem por objetivo conhecer crenças, ideias e sentimentos de seus membros visando a reflexão e mudança, estimulando novas aprendizagens em sua realidade, como realidade compartilhada no contexto sociocultural, bem como estimulando a operatividade, autonomia e mobilização dos participantes (AFONSO et al, 2013, p. 62) - Sobre grupo operativo.

Na época do crescimento adolescente, meninos e meninas canhestra e desordenadamente emergem da infância e se afastam da dependência, tateando em busca do status adulto[...]crescer significa ocupar o lugar do genitor. E realmente o é. Na fantasia inconsciente, crescer é inerentemente, um ato agressivo. E a criança agora já não é pequena. (WINNICOTT, 1975, p.194)

É a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: o brincar facilita o crescimento e, conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia; finalmente, a psicanálise foi desenvolvida como forma alternativa especializada do brincar, a serviço da comunicação consigo mesmo e com os outros. (WINNICOTT, 1975, p. 63)

Escutar é obviamente algo que vai mais além da possibilidade auditiva de cada um. Escutar, no sentido aqui discutido, significa a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, às diferenças do outro. (FREIRE, 1996, v. 3, p 135).

REFERÊNCIAS

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