~}'`rbjbj.`g 222H\\\p'''8'< (Lp,>d(z(z(z(z(z(z(z(|,~,~,~,~,~,~,$;.h0,\)z(z()),\\z(z(,@,@,@,)\z(\z(|,@,)|,@,@,\\@,z(X( 0>&X9'r*N@,h,,0,@,A1+(A1@,A1\@,(z(0("@,((z(z(z(,,+Xz(z(z(,))))pppD pppppp\\\\\\ Mdia e poltica: Panorama de uma interface slida Accio Salvador Vras e Silva Jnior  HYPERLINK "mailto:acaciosalvador@hotmail.com" acaciosalvador@hotmail.com Resumo: O presente artigo tem como objetivo fazer uma reviso bibliogrfica sobre a midiatizao, processo de representao na poltica e a utilizao do termo espetacularizao. Fazendo uma reviso de termos caros compreenso do tema e adentrando na relevncia da midiatizao no campo poltico. Nada, portanto, mais revelador do que o fato de a mdia no ser apenas um poder auxiliar, conforme pensa quem a chama de quarto poder. Pelo contrrio, a mdia no age apenas como mediadora entre os poderes, mas como um dispositivo de produo do prprio poder de nomeao e, no limite, tambm de funcionamento da prpria esfera poltica. Palavras - chaves: Midiatizao, representao poltica, espetacularizao. Abstract: This article aims to make a review on midiatization, process of representation in politics and use of the term spectacularization. Making a review of terms dear to the understanding of the subject and the importance of entering the political field midiatization. Nothing, therefore, is more telling than the fact the media is not only an auxiliary power, as those who think the fourth power of the flame. Instead, the media not only acts as a mediator between the powers, but as a device for production of the power of appointment, and in the ceiling, also functioning of the political sphere. Keys - words: Midiatizao, political representation, spectacularization. 1. Introduo A representao poltica nas democracias sofreu transformaes substanciais das duas dcadas finais do sculo XX at hoje. Os partidos polticos grandes centralizadores de massas capazes de ordenar as identidades e preferncia do eleitorado foram diminudos em detrimento a um fenmeno da personalizao miditica poltica, que tomou fora sob a figura de lideranas pebliscitrias. Os multifacetados meios da comunicao modificaram o ambiente poltico, uma nova perspectiva de tempo-espao foram inseridas por esses meios nos rumos do cotidiano poltico. Certamente em medidas questionveis e analisveis, uma vez que diante desse quadro tornou-se comum a banalizao de termos como espetacularizao da poltica, poltica show e muitos outros que remetem a uma viso unvoca dessa insero. notria uma iniciativa de estudos desses problemas contemporneos da formao, administrao e imposio da opinio pblica poltica, passando quase sempre por um vis que destaca a relao entre opinio pblica e comunicao de massa (Gomes, 2004). evidente que os meios de comunicao de massa, formam um dispositivo tcnico de longo alcance e so uma novidade autntica nessa nova realidade, suas possibilidades de alguma maneira quebram uma barreira histrica e se inserem muito oportunamente nessa nossa poca permeadas por a existncia de sociedades de massa gigantescas, paralelas a um estgio tecnolgico avanado eminente. Porm preciso esclarecer sobremaneira que o nvel dos estudos e os avanos do conhecimento desse tema no mais plausvel conceber uma compreenso meramente instrumental da comunicao na relao com o campo poltico. E tambm dizer que essa poltica baseada na opinio pblica uma inveno moderna, uma vez que casos histricos tpico como a fabricao da glria de Luiz XIV, desestabilizam essa tese, como bem disse Wilson Gomes, em sua obra Transformaes da poltica na era da comunicao de massa. Faz necessrio destacar que no presente artigo estamos condizente com as idias de Wilson Gomes, quando aponta no para uma transformao pura e simples da poltica com o alterao dessa mediatizao, mas uma transformao repleta de caractersticas particulares, que no podem ser vtimas da negligencia de termos e conceitos que no sejam capazes de corresponder as exigncias dos novos estudos em comunicao e poltica. 2. Processo de midiatizao dos campos sociais facilmente percebido, o crescimento da participao e importncia do campo miditico na sociedade contempornea. Em nosso tempo, acostumamo-nos com o fato de que atravs da mdia que somos informados sobre os acontecimentos e o curso do mundo, ela nos passa dados atualizados capazes de adaptar-nos ao nosso meio cambiante, o que acaba por mudar nossa forma de experienci-lo. Nesta reconfigurao social, o campo miditico possui a caracterstica de atravessar muitos os outros campos, condicion-los e adequ-los s formas expressivas e representativas da mdia. Este processo, denominado de mediatizao ou para outros tericos midiatizao, que no fim das contas tem o mesmo sentido, tomou flego na segunda metade do sculo XX, outorgando mdia um papel estratgico em nossa sociedade. Na obra Por que estudar a mdia (Silverstone, 2002) nos mostra caminhos e a importncia de se estudar a essa mdia, ressaltando aspectos preponderantes como sua onipresena e complexidade, sua dimenso cultural, social, poltica e econmica, muito alm da sua compreenso ferramental, retirando desses estudos um carter exclusivamente de uma compreenso do seu aparato tecnolgico que lhe evidente, indo no sentido de uma de compreenso do que a mdia faz, e o que fazemos com ela. Temos hoje um panorama social no qual nossas experincias so cada vez mais permeadas por relaes comunicacionais que, em determinado momento, so perpassadas pela mdia, promovendo assim novas formas de interao social: as esferas da vida social e individual se reorganizam em funo da lgica miditica, A mdia deixou de ser um apndice da vida contempornea, e passou a fazer parte dela (Silverstone, 2002) Jos Luiz Braga relaciona a palavra mediatizao a pelo menos dois mbitos sociais: Um em que so tratados processos sociais especficos que passam a se desenvolver inteira ou parcialmente, segundo as lgicas da mdia e em outro mbito, em um nvel macro, trata-se da mediatizao da prpria sociedade, um tema que tem sido alvo de muitos debates no campo da comunicao. Os objetos dos estudos da comunicao, para Braga, se definem de maneira mais abrangente como processos de interao social, embora o autor reconhea a importncia e a centralidade da mdia na construo do objeto comunicacional contemporneo. preciso atentar para o papel configurador que a mdia passa a desempenhar conformando as novas formas de interao e sociabilizao estabelecidas pela mediatizao. Nesse sentido Braga fala da mediatizao como processo de referncia, onde para o autor a expresso, em parte, decorre de considerarmos determinados processos como principais, tendencialmente prevalecentes (p.142). Os outros processos, que no estariam inseridos nessa compreenso de processos de referncia teriam estes como parmetros, ou seja, como modelo de funcionamento, como critrios de validao e definidores de lgicas centrais. Tendo em vista essa idia, os processos sociais de interao mediatizada passam a incluir, a abranger os demais, que no desaparecem, mas se ajustam (p.142), dentro dessa lgica da mediatizao. Veja bem, no se trata apenas da hegemonia na preferncia por determinados modos de interao, mas ressaltar a sua importncia dentro de uma perspectiva de organizao da sociedade. Seriam ento, os principais direcionadores na construo da realidade social. Outro terico importante da midiatizao Adriano Duarte Rodrigues (1997), fala da midiatizao como o processo contemporneo no qual se verifica que os diversos campos sociais que compem a experincia humana cedem ao campo miditico a legitimidade de por eles se expressar. A teoria dos campos sociais foi originalmente desenvolvida por Pierre Bourdieu como modelo terico das relaes que se do entre uma sociedade agora setorizada em reas de alta especializao. Um campo social o campo poltico, o campo jurdico, o campo cientfico, o campo econmico, o campo eclesistico, o campo miditico carrega uma srie de valores, regras, liturgias e experincias prprias, em muito independentes das de outros campos. A hierarquia de valores que se prope e se defende no interior de um campo acaba por determinar uma srie de lgicas ou linguagens prprias que tornam este campo ainda mais distinto, especializado, em relao a outros. Segundo Rodrigues, o servio que o campo miditico presta aos outros campos sociais serve a um fim de integrao, de unir o tecido social fragmentado. O campo dos media (...) uma noo abstrata com a qual se pretende dar conta de todo um conjunto de funes indispensveis ao funcionamento de uma sociedade dividida e confrontada com a necessidade de assegurar, apesar de tudo, uma relativa homogeneidade da sua estrutura e um entendimento acerca dos seus princpios, objetivos, prioridades e modalidades de ao (RODRIGUES, 1997, p.153). Ainda que no trabalhe com um conceito de midiatizao, Lipovetsky (1989) aborda a questo com vistas em sua incidncia sobre os sujeitos e v na lgica da mdia um reforo para o individualismo contemporneo: A mdia no asfixia o sentido da comunicao, no pe fim sociabilidade, mas reproduz de uma outra maneira ocorrncias de troca social. Instituem-na essencialmente sob uma forma menos ritualizada e mais livre. (...) [os indivduos] comunicam-se de maneira mais estilhaada, mais informal, mais descontnua, de acordo com os gostos de autonomia e de rapidez dos sujeitos (LIPOVETSKY, 1989, p. 235). Para assumir o papel de mediador entre os campos sociais e os indivduos, o campo das mdias assume uma funo de representao dos campos perante o corpo social. Esta uma funo delegada, entregue ao campo miditico como uma responsabilidade de estabelecer pontes de comunicao e busca de legitimidade. nesse imbricamento de sua funo representativa da mdia e atrelando esse papel ao campo social da poltica que buscaremos uma resignificncia de termos como da interface comunicao e poltica, fazendo uma reviso de autores como Wilson Gomes, Maria Helena Weber, Luis Felipe Miguel, Antnio Rubim, Afonso Albuquerque, Mauro Porto e outros que buscam reflexes sobre o tema. 3. A representao poltica e a espetacularizao nos mdia Que a poltica se encena, no mais nenhum novidade e nem causa mais estranheza a ningum, facilmente assistindo os noticirios dirios percebemos uma enredamento dos temas polticas, um personalizao que vem construda e/ou sustentadas por falas, cenrios, por certo maniquesmo entre o lado do bem e o lado do mal, heris e viles. A partir de nossa ltima restaurao democrtica, que tem durado desde a metade da dcada de 80, recuperamos avidamente o que os trinta anos de hiato representado pela nossa ltima ditadura nos tirou, conhecemos todas as dimenses de cena oferecida pela comunicao de massa, principalmente a comunicao televisiva, como espao da representao da poltica (Gomes, 2004, p.291). Alguns pensadores da comunicao contemporneos pesam que uma das marcas que distinguem a poltica contempornea seja sua substancial semelhana com o espetculo (Weber, 2000). O entendimento do termo espetculo que precede a conceito de espetacularizao anterior ao surgimento da mdia. Antes da sociedade miditica, o espetculo j existia na poltica e religio e em vrios outros mbitos da vida social. O espetculo tem uma histria de relacionamento com o poder poltico e a poltica que se confunde com a existncia mesma dessas modalidades de organizao social e do agir humano (Rubim, 2000). O autor prope uma reviso histrica, dizendo que o espetculo j era ligado a poltica desde as pirmides do Egito. Se levarmos em conta que a espetacularizao sustenta as caractersticas da comunicao massiva de personalizao das questes objetivas, a mistura entre informao e entretenimento, a elaborao episdica e a fragmentao de contextos (Habermas, 1997, p.110), no precisa fazer um esforo exaustivo na memria pra lembrar - se de episdios onde o espetculo, poder poltico e representao poltica aparecem em visvel interao. Hoje o espetculo tem novas dimenses, no s afirma poder como no passado, como tambm sensibiliza, legitima e disputa esse poder. Rubim fala que para a poltica, o espetculo aparece apenas como uma das possibilidades de realizao dela, a poltica no se realizaria sem recorrer a encenaes e rituais. Poltica por si e sempre foi encenao. Porm tm-se hoje esse conceito de espetculo muito ligado aos campos culturais e miditicos. Temos uma marca contempornea que cultura como espetculo, gerando enorme proliferao de espetculos pela mdia. Contudo no se pode deixar de lado o que foi levantado pro Gomes, a idia de espetculo associada idia de poltica no por um, mas a pelo menos trs fenmenos diferentes a destacar: A primeira aponta que a poltica traduzida em espetculo condiciona os cidados a uma situao de passividade, pois sendo a poltica projetada e articulada para a cena miditica, metaforicamente para o palco, o que temos do outro lado um pblico passivo, que no intervm na composio da fala nem emerge corporeamente na poltica. A segunda enfatiza o artifcio ficcional dos atores polticos - e a atores incluindo a dimenso da representao cnica em que sua fala, gestos e detalhes de comportamento so medidos e realizados estrategicamente para produzir determinados efeitos no pblico e no de acordo com aquilo que tais indivduos realmente pensam e so em sua conscincia ntima. Aqui os atores ditam seus textos de cor e no de corao (idem, p.390). Alm disso, essa dimenso dramatrgica tende a transformar a narrativa poltica ao formato da trama, na qual os atores polticos se apresentam na forma de personagens, atribuindo a si um lugar previamente delimitado por algum esquema narrativo dramtico. O opositor se transforma em vilo e o autor/ator da pea tenta se enquadrar no lado do heri. A terceira destaca o aspecto da excepicionalidade, da grandiosidade, dos elementos incomuns e atpicos ao que se apresentam na sociabilidade cotidiana e, nessa dimenso, o objeto-sujeito dessa proposta de pesquisa referenciado: E de tal forma esse um recurso que a ele recorrem tanto a poltica profissional de partidos quanto a poltica civil dos movimentos sociais na tentativa de impor-se visualmente e ocupar o centro da cena da comunicao de massa (GOMES, 2004, p394). Somente na modernidade e, mais intensamente, na contemporaneidade, o espetculo vai poder se autonomizar dessas prticas sociais, pois passa a ser majoritariamente produzido com inscrio nos campos cultural e/ou da mdia, recm-formados na modernidade, assimilada aqui como momento por excelncia do movimento de autonomizao de esferas sociais (Weber, 2000) Nesse sentido a poltica contempornea seria espetacular no que se dedica com especial cuidado tarefa de providenciar eventos, fatos, situaes, textos dotados dessa caracterstica de visibilidade plena, que se impe na esfera de visibilidade da comunicao de massa, passando por todos os seus filtros, desde a concepo da noticia e seus critrios de visibilidade. A espetacularizao, portanto, pode ser definida como um processo atravs do qual se produz o espetculo, ou melhor, o espetacular. preciso deixar claro contudo que no tudo na mdia que espetculo. Midiatizao diferente de espetacularizao. O primeiro o que veiculado, o outro o processo de como o veiculado enquadrado. A novo dimenso pblica constituda pelas redes de espao eletrnicos que so suportes e realizam televivncias o que torna similar tempo real e espao planetrio. A estetizao do social convive e, em medida notria, se alimenta da enorme proliferao de espetculos possibilitada pelas mdias. Elas, assumidamente na contemporaneidade, tornam-se o lugar primordial de fabricao do espetacular (Requena, 1998, p.81), no s constitui gigantescas mquinas miditicas de espetacularizao, que potencializam a capacidade intrnseca ao espetculo de abarcar todos os campos sociais, mas desenvolve uma competncia mpar que habilita a mdia, em especial a televiso, a de fagocitar mesmo todos os demais espetculos, originados fora do ambiente mediatizado. Jesus Requena, que considera esse fenmeno o mais relevante para a sociologia do espetculo, constata a radicalidade do processo e, contundente, chega a escrever: Enunciando-o de maneira brutal: (a) televiso tende a converter-se no s no nico espetculo - pois se apropria de todos os demais, os devora e os desnaturaliza - seno no espetculo absoluto, permanente, inevitvel (Requena, 1998 in Rubim, 2000). Redefinindo de maneira generalizadora nossa sociedade como a do espetculo: h atualmente grande sintonia com o capitalismo, a informao e comunicao passam a ser tratadas como meras mercadorias. O espetculo onipresente e autnomo. Na nossa sociedade do espetculo, a banalizao da espetacularizao produz e destri simultaneamente espetculos. A mdia no seria, portanto uma geradora desse espetculo, mas seria uma catalisadora desse processo. Porm no se pode apenas trabalhar com o hardware da poltica onde a comunicao representa apenas um conjunto de meios de longo e massivo alcance, ignorando seu carter de ambiente e examinando em separado interesses econmicos e sociais, sem uma dialtica dessa compreenso (Gomes, 2004). Podemos averiguar sem muito esforo, que a comunicao controla quase toda informao que circula nos meios polticos. Hoje a esfera da comunicao controla praticamente todo o provimento de informao e comunicao de interesse poltico e praticamente todo o fluxo de mensagens da esfera poltica em direo a esfera civil, constituindo-se fundamentalmente na nica janela para realidade poltica para a maioria dos cidados. Em virtude disso, a esfera da comunicao predominante na formao das imagens e opinies pblicas polticas, que interferem diretamente nas eleies e governos (Gomes, 2004). Se antes vamos um esforo de caracterizao da transformao da poltica consistiu em apresentar exemplos de continuidade entre a poltica miditica e as prticas polticas de outras pocas, culturas, regimes e em discutir modelos de explicao das necessidades sociais e culturais a que essas dimenses permanentes da poltica respondem. Vemos hoje que essas transformaes so apenas umas novas verses de uma dimenso permanente da poltica. Dessa maneira alguns tericos da poltica ainda a vem trabalhando como um hardware, onde enxergam uma relao de um lado interesses econmicos e de outro as pretenses sociais, com a esfera poltica, como se os partidos pudessem conduzir tais mediaes, no discutem aspectos menos substantivos da poltica, o que Gomes chama de software do sistema poltico, ou seja o modo como a coisa toda funciona, a prtica poltica enquanto um conjunto de artes, estratgias, costumes, disposies , porque a certamente a introduo da comunicao de massa como fator importante (Gomes, 2004). Mesmo evidente o jogo de mascaras e a insero da comunicao no meio poltico, os escndalos miditicos e os moinhos da indstria da informao, ainda se observa atividade legislativa como controle de quem governa, um governo que dispe der recursos do estado, um judicirio como protetor das leis, ou seja, na parte que diz respeito ao funcionamento interno da poltica, nada mudou. Em suma a depender do modo que se olha a poltica parece idntica ao que sempre foi, e nem foi transformada como se tanto conclama alguns tericos. Toda atividade poltica funciona com base em pelo menos dois conjuntos de programas de ao, de sistemas de prticas. Um sistema de prtica cumpre a funo internas da esfera poltica, mencionadas a cima e o outro a externa, ou seja, que satisfaz a necessidade das relaes entre o interior e o exterior, ad intra- essa parte interna e ad extra- essa outra parte externa, que efetivamente a que foi alterada pela mediatizao, pela comunicao contempornea (Gomes,2004). Dessa maneira, precisamos ento no compreendermos a atividade poltica no mais como um bloco monoltico. A poltica funciona sempre com base em prticas, habilitaes, classes de agentes e representaes inter-relacionados e reciprocamente implicados de forma sistmica. Onde a comunicao vai ter papel preponderante sim, mas no altera por completo todos os sistemas de funcionamento da poltica. 4. Consideraes finais Antes de tudo, bom que fique claro que seria impossvel se esgotar as possibilidades do tema, ainda que esse trabalho fosse resultado de uma tese. O objetivo aqui se criar um campo discursivo e instaurar debates sobre a interface mdia e Poltica. Alm disso, clara a noo de que a perspectiva terica utilizada apenas umas das possveis. Ainda que no se v alm do espectro terico da comunicao e poltica, h certamente uma srie de temas a serem discutidos antes de se ter uma discusso com profundidade desejvel, devido complexidade das interaes entre mdia e poltica. Baseados no que foi exposto na presente discusso e arraigados em leituras de importantes autores do tema, podemos inferir que uma simples utilizao do termo espetacularizao, no mais conveniente quando se pretende enxergar um quadro mais cientfico de conceitos que sustentam os estudos da comunicao e poltica. Uma vez que vimos que a encenao poltica e esse espetculo vm de longa data, e fazem parte do jogo constitudo. Por um conceito mais amplo, e uma viso mais atenta do imbricamento mdia e poltica, buscam a reviso de textos e vises sustentadas, desse campo. A poltica supe sempre um conjunto de instituies, prticas, atores capazes de produzir sua apresentao e sua representao visveis na sociedade. A plasticidade desses inevitveis regimes de visibilidade obriga a poltica a possuir uma dimenso esttica, que no pode ser desconsiderada, em particular em uma sociedade na qual a visibilidade adquiriu tal relevncia, como na contemporaneidade, atravs da nova dimenso pblica de sociabilidade. A necessidade de considerar tal dimenso torna-se algo essencial nessa nova circunstncia societria. (Rubim, 1998). Nessa necessidade esttica e de visibilidade da poltica acontece insero dos meios de comunicao de massa, certamente reconfiguraram esse meio/necessidade poltica, transformando-se em um ambiente ampliado e de alcance longnquo para o campo. A comunicao e o que lhe atribudo e o permeiam, foi convertido em um lugar privilegiado, e fundamental para o discurso poltico, e todas suas nuances, nessa contemporaneidade a mediatizao decisiva e importncia inapelvel para se chegar e se permanecer no poder. Porm preciso deixar de se criar esse falso juzo unitrio da poltica contempornea transformada completamente em funo dessa onipresena dos meios de comunicao de massa, em todo lugar se conclama essa poltica miditica, espetacularizada que teria substitudo uma forma anterior de poltica de partidos e debates, o que no bem assim. A poltica foi alterada de maneira relativa com o processo de mediatizao, no que diz respeito ao seu funcionamento interno permanece pouco alterada, e certamente menos influenciada pela comunicao que outros campos sociais e sistemas de prticas. Porm com relao a sua parte externa e de visibilidade a comunicao passou a desempenhar um papel revelador, extremamente importante e socialmente indispensvel, antes observado atravs de outros sistemas de prticas. Contudo acaba por criar uma necessidade imediata de uma adequao do meio poltico com esse novo sistema. 5. Referncias ALBUQUERQUE, Afonso de. A poltica do espetculo. In: Dimenses, Rio de Janeiro, (1): 2-13, 1992. BOLTER, Jay David; GRUSIN, Richard.Remediation: Understanding New Media. Cambridge, Mass: MIT, 1999. BRAGA, Luiz Braga. Mediatizao como processo interacional de referncia In LOPES, Ana Slvia et al (org). Imagem, visibilidade e cultura miditica. Livro da XV Comps: Porto Alegre: Sulina, 2007. BOURDIEU, Pierre. 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Teoria dos campos sociais, mais informaes na Obra: O poder simblico, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1992.     2XYZ[+ > y z ƻƜƻ}vaN?h4h/B*mH phsH %h,fh/B*CJaJmH phsH (h,fh/5B*CJaJmH phsH  h4h/h,fh/CJaJh,fh/5CJaJh4h/5h4h/0JCJaJ#jh4h/CJUaJh4h/CJaJjh4h/CJUaJ$jh4h/0J5CJUaJh4h/CJaJh4h/5CJaJ34Z+ , x y z "#$2QN $dha$gd/$a$gd/$a$gd/$a$gd/`oqr "#$'2yz|K'(56_t*]!5"J$$%%%%%%žūůwmwh4h/6]h4h/]h4h/\h4h/5\jh4h/0J6U\h4h/6\h/ h> Zh/h4h/6 h4h/h> Zh/5 h/5h4h/CJaJh4h/CJaJh4h/B*phh4h/5B*ph*xyPd!#$(2)3)**++-$n7$8$H$^na$gd/$7$8$H$^a$gd/$dh7$8$H$a$gd/$dh7$8$H$`a$gd/ $dha$gd/$dh`a$gd/%%%%%?&N&O&^'e'g'm'o'y'{'''',(4(7(J(K(2)***++g,v,-------/// 0\0\12N:?ļģ𜗏|$h4h/B*\_HnHphtHh,fh/5 h/5 h,fh/h4h/6CJ]aJh4h/CJaJh/CJaJh4h/CJaJjh4h/0J6Uh4h/6h4h/6] h4h/h4h/].--S.// 0\1]122v4589;>$dh7$`a$gd/$h\dh^h`\a$gd/ $n^na$gd/$dh`a$gd/$dh7$8$H$a$gd/$dh7$8$H$`a$gd/$7dh7$8$H$^7`a$gd/>??@@ApCjEG]I#KFLLLNN$dh7$8$H$a$gd/ $n^na$gd/$dh`a$gd/$dh`a$gd/ $dh7$a$gd/$d7$^a$gd/ $d7$a$gd/$dh7$`a$gd/??@@>L?LLNNVVRW9X:X=XRXXXcYZZU\W\``nnn=o>o?o@oAoBoCoDoEoFoGoHoIoJoKo $`a$gd/gd/ 7$8$H$gd/gd/KoLoMoNoOoPoQoRoSoToUoVoWoXoYoZo[o\o]o^o_o`o\p]p~qqq$a$gd/gd/$a$gd/gd/qqqqqqqqqqqqqrrh1jh<Uh<hW#h/B*ph h!h/hrh/CJaJhrh/6CJ]aJqqqqqqqqqqqqrrgd/$a$gd/ ,1h. 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ISSN: 1983-0890