INDICAÇÕES E RESTRIÇÕES DA EPISIOTOMIA NO ATO CIRÚRGICO: AUSTERIDADE NA GARANTIA DO SUCESSO PROCEDIMENTAL COM A POLÊMICA DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Resumo
Introdução: Recentemente foi veiculado e debatido um movimento, de visibilidade crescente, que mira o combate da violência obstétrica e a adoção de práticas e protocolos mais humanistas na condução do parto. Com isso, nota-se uma ideia de vilanização impensada da efetuação da episiotomia, o que vai de encontro ao respeito do conhecimento teórico-prático do profissional médico e pode comprometer o sucesso do ato cirúrgico, logo, deve ser acompanhada de certa cautela. Metodologia: Revisão integrativa-analítica de obras publicadas nos últimos 2 anos, via PubMed, SciELO e MEDLINE, priorizando artigos de maior impacto e relevância para o tema. Resultados: Sabe-se que uma forte vertente na obstetrícia moderna preza pelo compartilhamento de decisões e pelo protagonismo materno. Com isso, surge um certo imbróglio quanto ao limite da autoridade dos personagens envolvidos no momento do parto, de modo que algumas preferências e anseios mostram-se, ocasionalmente, incompatíveis com a boa condução do procedimento e, consequente, com a preservação de um bom estado de saúde tanto da parturiente quanto do recém-nascido. Discussão: A condenação da episiotomia sem o conhecimento necessário para tal, mostra-se um óbice ao manejo de situações como distócia de ombro, parto pélvico e indícios de trauma perineal maior. Todavia, alerta-se que os índices brasileiros de realização desse procedimento superam consideravelmente o valor recomendado pela OMS. Conclusões: Deve haver equilíbrio e bom senso das partes presentes na tomada de decisões, de modo que a concepção seja conduzida da melhor maneira possível e que a prioridade comum seja o sucesso processual e a garantia da saúde dos envolvidos.
PALAVRAS CHAVE: Episiotomia; Violência obstétrica; Puerpério, Vaginismo; Prolapso vaginal
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PDFReferências
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