DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO ABDOME AGUDO NA GESTAÇÃO

Carolina Vargas Duarte, Tulio Henrique da Cruz, Henrique Augusto Lino

Resumo


Introdução: A avaliação clínica do abdome agudo na gestação (AGG) pode ser limitada. Assim a abordagem imaginológica (AI) deve ser imediata para avaliação de condições obstétricas e não-obstétricas, reduzindo-se riscos materno-fetais. Objetivos: Revisar o papel da AI no AAG. Metodologia: Revisão bibliográfica com os descritores DeCS/MeSH “abdomen, acute”, “pregnancy” e “imaging” no ACCESSSS e PubMed, selecionando-se 15 artigos. Discussão: A ultrassonografia (US) e ressonância magnética (RM) são métodos preferidos na AI. Ao interpretar essas imagens, deve-se considerar as variações anatômicas e fisiológicas da gestação. O útero comprime e desloca as vísceras adjacentes e reduz a distensibilidade da parede abdominal, comprime ureteres inferiormente, causando hidronefrose, cálculos e infeção. O apêndice é deslocado superiormente, tornando necessário posicionar a paciente em decúbito lateral esquerdo ao realizar US. A estase biliar e aumento da concentração de bile favorecem colelitíase e cólica biliar. O maior nível de progesterona reduz a peristalse e tônus de esfíncteres. O pâncreas é melhor visualizado com RM, devido o deslocamento das alças dificultarem US. Há aumento das causas vasculares de abdome agudo. A torção ovariana é melhor avaliada por US. Existe deslocamento do fígado e baço de sua posição subcostal, elevação da bexiga da pelve e alargamento de rins e baço, predispondo às lesões desses órgãos em caso de trauma, devendo-se considerar exames com radiação ionizante nesses casos. Conclusão:US e RM são métodos seguros para avaliação do AAG e, com o reconhecimento das alterações que ocorrem na gestação, é possível uma interpretação rápida e precisa das imagens, com potencial redução dos riscos materno-fetais.

Palavras chave: Abdome agudo; Gestação; Diagnóstico; Imagem


Texto completo:

PDF

Referências


BAHETI, A. D. et al. Magnetic Resonance Imaging of Abdominal and Pelvic Pain in the Pregnant Patient. Magnetic Resonance Imaging Clinics of North America v. 24, n. 2, p. 403–417 , 2016. Disponível em: .

CASCIANI, E. et al. Errors in imaging of emergencies in pregnancy. Seminars in Ultrasound, CT and MRI v. 33, n. 4, p. 347–370 , 2012. Disponível em: .

HISTED, S. N. et al. Ectopic Pregnancy : A Trainee ’ s Guide to Making the Right Call. Radiographics v. 36, n. 7, p. 2236–2237 , 2016.

KILPATRICK, C. C. Approach to abdominal pain and the acute abdomen in pregnant and postpartum women. In: RAMIN, Susan M (Org.). UptoDate. 2017. ed. Waltham: Wolters Kluwer, 2017. Disponível em: .

PARKER, R. A. et al. MR imaging findings of ectopic pregnancy: a pictorial review. Radiographics : a review publication of the Radiological Society of North America, Inc v. 32, n. 5, p. 1442–1445 , 2012. Disponível em: .1527-1323 (Electronic)r0271-5333 (Linking).

RAMALINGAM, V. et al. Evaluation of a sequential multi-modality imaging algorithm for the diagnosis of acute appendicitis in the pregnant female. Emergency Radiology v. 22, n. 2, p. 125–132 , 2015.1438-1435 (Electronic)r1070-3004 (Linking).

SPALLUTO, L. B. et al. MR Imaging Evaluation of Abdominal Pain during Pregnancy: Appendicitis and Other Nonobstetric Causes. Radiographics v. 32, n. 2, p. 317–334 , 2012.1527-1323 (Electronic)r0271-5333 (Linking).


A abreviatura do periódico é e-Sci, o qual deve ser utilizado em bibliografias, notas de rodapé e para referências. ISSN: 1984-7688, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Licença Creative Commons
Todo o conteúdo da e-Scientia, exceto quando identificado, está licenciado sob uma licença Creative Commons Atribuição 3.0 Não Adaptada.