DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO ABDOME AGUDO NA GESTAÇÃO
Resumo
Introdução: A avaliação clínica do abdome agudo na gestação (AGG) pode ser limitada. Assim a abordagem imaginológica (AI) deve ser imediata para avaliação de condições obstétricas e não-obstétricas, reduzindo-se riscos materno-fetais. Objetivos: Revisar o papel da AI no AAG. Metodologia: Revisão bibliográfica com os descritores DeCS/MeSH “abdomen, acute”, “pregnancy” e “imaging” no ACCESSSS e PubMed, selecionando-se 15 artigos. Discussão: A ultrassonografia (US) e ressonância magnética (RM) são métodos preferidos na AI. Ao interpretar essas imagens, deve-se considerar as variações anatômicas e fisiológicas da gestação. O útero comprime e desloca as vísceras adjacentes e reduz a distensibilidade da parede abdominal, comprime ureteres inferiormente, causando hidronefrose, cálculos e infeção. O apêndice é deslocado superiormente, tornando necessário posicionar a paciente em decúbito lateral esquerdo ao realizar US. A estase biliar e aumento da concentração de bile favorecem colelitíase e cólica biliar. O maior nível de progesterona reduz a peristalse e tônus de esfíncteres. O pâncreas é melhor visualizado com RM, devido o deslocamento das alças dificultarem US. Há aumento das causas vasculares de abdome agudo. A torção ovariana é melhor avaliada por US. Existe deslocamento do fígado e baço de sua posição subcostal, elevação da bexiga da pelve e alargamento de rins e baço, predispondo às lesões desses órgãos em caso de trauma, devendo-se considerar exames com radiação ionizante nesses casos. Conclusão:US e RM são métodos seguros para avaliação do AAG e, com o reconhecimento das alterações que ocorrem na gestação, é possível uma interpretação rápida e precisa das imagens, com potencial redução dos riscos materno-fetais.
Palavras chave: Abdome agudo; Gestação; Diagnóstico; Imagem
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PDFReferências
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