Terra, cultura e coletividade: proteção dos saberes e práticas tradicionais das quebradeiras de côco babaçu

Marcella Luana Sampaio Nunes, UFMT

Resumo


Este estudo se trata de uma revisão bibliográfica sobre a realidade histórica, cultural, política, social e econômica da comunidade tradicional que se reconhece e autodefine como quebradeiras de coco babaçu. Primeiramente, se discute quem compõe essa coletividade e como se configura e se mobiliza enquanto comunidade tradicional. Expõe-se também acerca da importância social, cultural e econômica do babaçu. Por conseguinte, analisa-se a relação entre acesso à terra e território e a identidade cultural de um povo. Por fim, identificam-se alguns dos desafios que essa comunidade vem enfrentando ao longo dos anos. Em linhas gerais, essa comunidade tradicional é composta de mulheres que praticam o extrativismo vegetal do coco babaçu, o que inclui a coleta, o beneficiamento e a comercialização de seus derivados, como o óleo, o azeite, o leite, a farinha, o carvão e artesanatos. As quebradeiras de coco babaçu também praticam a agricultura familiar com a adoção de técnicas agroecológicas e sustentáveis, bem como a criação de animais, ambas as atividades são destinadas ao consumo próprio e de familiares. Já a atividade agroextrativa é praticada com a finalidade de complementar a renda familiar. Além de seu viés econômico, o extrativismo vegetal praticado pelas quebradeiras de coco babaçu é uma prática cultural que envolve saberes e conhecimentos tradicionais passados de geração a geração. Em razão disso, a identidade cultural das quebradeiras de coco babaçu está ligada a uma territorialidade específica representada pelos babaçuais, recurso ecológico que possibilita a reprodução cultural dos seus modos tradicionais de criar, fazer e viver.


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