SÍNDROME GENITURINÁRIA DA MENOPAUSA: CONCEITO, ATUAIS POSSIBILIDADES E NOVAS PERSPECTIVAS DO TRATAMENTO
Resumo
A mulher brasileira vive atualmente cerca de um terço da sua vida após a menopausa, dessa forma os sintomas advindos da queda de estrogênio no organismo configuram queixa ginecológica frequente. As mudanças relacionadas à atrofia do epitélio vulvovaginal constituem a síndrome geniturinária, que se destaca por exercer impacto negativo na qualidade de vida de até 50% das mulheres que vivem nessa fase. Por se tratar de um tema de grande relevância para a formação médica, este trabalho visa elucidar o conceito de síndrome geniturinária, abordar as possibilidades e novas perspectivas de tratamento dessa condição. Através de uma revisão de literatura, foram selecionados doze artigos e constatou-se que o tratamento padrão utilizado ainda se baseia no uso de estrogênio tópico em baixas doses. Entretanto, este tratamento pode ser contraindicado em algumas situações, além de ser associado à má adesão e persistência dos sintomas. Em sintomas leves e contraindicações de uso hormonal, o emprego de lubrificantes e hidratantes vaginais de longa duração pode ser considerado. O uso de lasers de CO2, Erbium: YAG e os sistemas de radiofrequência emergem como novos recursos terapêuticos sendo validados para substituição do tratamento convencional, opção para pacientes com contraindicações ao uso de estrogênio ou para uso em associação com esse. Entretanto, essas alternativas ainda levantam alguns questionamentos como efeitos colaterais e técnicas de aplicação carecendo, portanto, de mais estudos para aprimoramento e expansão do uso. Melhores hábitos de vida e manutenção de atividade sexual contribuem para redução da sintomatologia.
Palavras-Chave: “Atrofia genital”; “Síndrome geniturinária”; “tratamento”
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