ATUALIDADES NA ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA VULVODÍNIA
Resumo
Introdução: Vulvodínia caracteriza-se por ser uma dor ou desconforto vulvar, sem causa aparente, com duração mínima de três meses. Acomete grande número de mulheres, desde a adolescência à menopausa, reduzindo consideravelmente a qualidade de vida dessas. É diagnóstico de exclusão, baseado na sintomatologia expressada. Por possuir caráter multifatorial e crônico, o tratamento da vulvodínia é um grande desafio e requer obrigatoriamente assistência interdisciplinar. Objetivo: Identificar as abordagens terapêuticas para a vulvodínia e avaliar quais são recomendadas atualmente. Metodologia: Revisão bibliográfica descritiva e analítica realizada na base de dados PubMed, BVS (LILACS e Scielo) e UpToDate, com publicações em inglês, português e espanhol, entre os anos 2010 e 2019. Descritores utilizados: vulvodínia, dor vulvar crônica, vestibulite vulvar e tratamento. Resultados: Diversas são as abordagens não farmacológicas para tratamento da vulvodínia: mudanças comportamentais e alimentares, psicoterapia, fisioterapia do assoalho pélvico e acupuntura. Com auxílio medicamentoso, pode-se lançar mão de agentes anestésicos, toxina botulínica, corticosteróides e hormônios locais. Antidepressivos (nortriptilina) e anticonvulsivantes (gabapentina) também agem no controle da dor vulvar. Além dos métodos conservadores, alguns autores ainda propõem intervenção cirúrgica – apesar da conduta ser questionável e restrita a casos refratários a outros tratamentos. Conclusão: A abordagem da vulvodínia deve ser sempre individualizado e interdisciplinar. O manejo é longo, com remissão e controle dos sintomas. Recomenda-se não superestimar o tratamento para não causar frustração nas pacientes, já que a promessa da cura não pode ser oferecida. É fundamental informar a paciente sobre recursos disponíveis e o que realmente há de evidência sobre eles.
Palavras-chave: dor vulvar crônica; vulvodínia; vestibulite vulvar; tratamento; intervenções
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PDFReferências
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