RELACTAÇÃO EM CRIANÇA COM LARINGOMALÁCIA: RELATO DE CASO

Niara Rodrigues Torquato, Debora Teixeira Lopes, Fernanda de Catella Marcello, Christiane Marize Garcia Rocha

Resumo


Resumo: Introdução: Laringomalácia (LM) é a anomalia congênita da laringe mais comum, caracterizada pelo subdesenvolvimento da cartilagem e alteração na dinâmica da via aérea. O principal sintoma é o estridor inspiratório, geralmente associado a refluxo gastroesofágico e dificuldade de amamentação, fatores que desestimulam o aleitamento materno. Descrição do caso: Lactente masculino, 11 meses de idade corrigida e peso ao nascer de 2385g. Admitido ao ambulatório de pediatria aos 3 meses de idade com o diagnóstico de LM e desnutrição proteico-calórica grau III. Foram relatadas dificuldade de amamentação e ganho ponderal apesar do uso de fórmulas infantis. Ao exame físico, apresentava-se com 2980g, hipocorado, desidratado, desnutrido e com fácies emagrecida. Pele com difusa hiperplasia sebácea e pregas cutâneas horizontalizadas em membros inferiores. A alteração do plano alimentar, com ajuste inicial das mamadeiras e associação de maltodextrina, resultou em ganho de peso e melhora clínica. Após 4 semanas foi orientada utilização de sonda uretral para relactação com leite materno. Houve boa aceitação, diminuição do estridor inspiratório e recuperação do peso. Discussão: A LM apresenta-se ao lactente como dificultador da coordenação de sucção, deglutição e respiração, tornando o exercício do aleitamento materno extenuante e muito sintomático. O diagnóstico precoce por laringoscopia ou fibroscopia transnasal é importante para correta orientação parental acerca do tratamento conservador e dos cuidados nutricionais, inclusive da estimulação à relactação com leite materno. Conclusão: O diagnóstico de LM não deve limitador ao aleitamento materno. É importante a abordagem dos benefícios de sua reintrodução, bem como das técnicas adequadas a esses pacientes.

 

Palavras-chave: laringomalácia; relactação; aleitamento materno.


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