INVESTIGAÇÃO DA RELAÇÃO TRABALHO E SAÚDE: UMA ANÁLISE DA SAÚDE DOS DOCENTES DE UMA UNIVERSIDADE PRIVADA DE BELO HORIZONTE

Flávia Andrade Almeida, Aline Caldeira Batista, Brenda Alice Martins Andrade, Bruna Cristina Coura Sales, Sandra Mara Luiz Muzzi

Resumo


A Saúde do Trabalhador é um termo que compreende o trabalho frente à saúde/doença. Esta pode estar comprometida quando o conjunto de necessidades que o mantém no mercado de trabalho, compromete a sua qualidade de vida. O objetivo desse estudo foi analisar a saúde dos docentes – enfermeiros lotados em uma Universidade privada de Belo Horizonte. O reconhecimento dos fatores que comprometem a saúde do docente, que concilia as funções de enfermeiro e professor, se faz relevante uma vez que seus resultados poderão subsidiar a criação de estratégias para minimizar o impacto das atividades profissionais na qualidade de vida desses profissionais. A pesquisa foi realizada em uma Universidade privada de Belo Horizonte (MG) e os sujeitos da pesquisa foram docentes lotados na universidade que compõe o corpo docente do curso de enfermagem. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação do questionário desenvolvido pelo Departamento Heath Care Policy da Harvard Medical School. Os resultados dessa pesquisa demonstraram que a alta carga horária de trabalho dos docentes- enfermeiros, bem como a conciliação do trabalho docente com outras atividades incluindo as práticas como enfermeiro, impactam diretamente na sua condição de saúde, sendo manifestada por sintomas relacionados ao estresse.

 

Palavras-chave: Doenças Profissionais. Docentes de enfermagem. Saúde do Trabalhador.


Palavras-chave


Doenças Profissionais. Docentes de enfermagem. Saúde do Trabalhador.

Texto completo:

PDF

Referências


AFFONSO, L. M. F.; ROCHA, H. M. Fatores organizacionais que geram insatisfação no servidor público e comprometem a qualidade dos serviços prestados. In: Simpósio de Excelência em Gestão eTecnologia, 7, 2010. Disponível em:. Acesso em: 30 out. 2016.

BATISTA, J. B. V. et al. Prevalência da Síndrome de Burnout e fatores sociodemográficos e laborais em professores de escolas municipais da cidade de João Pessoa, PB, Revista Brasileira Epidemiologia, São Paulo, v. 13, n. 3, p. 502-512, set. 2010.

BÍBLIA. A. T. Eclesiastes. In: BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada: contendo o antigo e o novo testamento. Tradução da Conferencia dos Bispos do Brasil. Brasília: Canção Nova, 2007.

BÍBLIA. A. T. Gênesis. In: BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada: contendo o antigo e o novo testamento. Tradução da Conferencia dos Bispos do Brasil. Brasília: Canção Nova, 2007.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. 168 p.

BRASIL. Decreto Lei n. 5452, de 1º de maio de 1943. Brasília, 1943. Disponível em: .Acesso em: nov.2016.

BRASIL. Doenças Relacionadas ao Trabalho. Normas e Manuais Técnicos, Brasília, 2001.

BRASIL. Lei nº 1.535, de 15 de abril de 1977. Diário Oficial da União, abr.1977. Disponível em: . Acesso em: 01 nov.2016.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego Secretaria de Inspeção do Trabalho. Portaria n. 3.214, 08 de junho de 1978: Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Brasília, 1978. Disponível em: . Acesso em: 18 out.2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Portaria n.1.823, de 23 de agosto de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, 2016.

BRASIL. Previdência Social. Estatísticas de Acidentes do Trabalho 2012. Brasília, 2014. Disponível em: . Acesso em: nov.2016.

BUSS, P. M.; PELLEGRINI FILHO, A. A saúde e seus determinantes sociais. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro , v. 17, n. 1, p. 77-93, abr. 2007.

CARLOTTO, M. S. et al. O papel mediador da autoeficácia na relação entre a sobrecarga de trabalho e as dimensões de Burnout em professores. Revista Psico-USF, São Paulo, v. 20 n.1, p. 13-23, jan./abr. 2015. Disponível em: . Acesso em: 11 maio 2017.

CARONE, E. Os Congressos da II Internacional. Revista Princípios, n. 20, , p. 71-77, fev./abr.1991 Disponível em:

CARVALHO, G. M. Enfermagem do Trabalho. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

CODO, W. Por Uma Psicologia Do Trabalho: Ensaios. Casa do Psicólogo, 2006.

COSTA, I. C. P. et al. Produção científica acerca de assédio moral em dissertações e teses no cenário brasileiro. Revista Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 49, n.2, p.267-276, mar./abr. 2015.

DELCOR, N. S. et al. Condições de trabalho e saúde dos professores da rede particular de ensino de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n.1, p. 187-196, jan./fev. 2004.

DIAS, E. C. et al. Saúde ambiental e saúde do trabalhador na atenção primária à saúde, no SUS: oportunidades e desafios. Ciências e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.14, n.6, p.2061-2070, dez.2009.

DIEHL, L.; MARIN, Â. H. Adoecimento Mental em Professores Brasileiros: Revisão Sistêmica da Literatura. Estudos interdisciplinares em Psicologia, Londrina, v.7, n.2, p. 64-85, dez.2016.

DUARTE, N. S.; MAURO, M. Y. C. Análise dos fatores de riscos ocupacionais do trabalho de enfermagem sob a ótica dos enfermeiros. Rev. bras. Saúde ocup., São Paulo, v.35, 2010.

EBISUI, C. T. N. Trabalho docente do enfermeiro e a Síndrome de Burnout: desafios e perspectivas. 2008. 252 f. Tese (Doutorado em Enfermagem Psiquiátrica) – Faculdade de Enfermagem da Universidade do Ribeirão Preto, São Paulo, 2008.

FERREIRA, A. B. de H. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2010.

FERREIRA, L. R. C.; DE MARTINO, Milva Maria Figueiredo. Stress no cotidiano da equipe de enfermagem e sua correlação com o cronótipo. Estudos de psicologia (Campinas), Campinas, v. 26, n. 1, p. 65-72, mar. 2009.

FRANCO L. C., M. P. S. Padrão de consumo de álcool e tabaco entre professores universitários. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, 2016, v.30 n.2, abr./jun. 2016.

FURLAN JUNIOR, P. F. A redução da jornada de trabalho e seus benefícios. Rev. Eletrônica do Cemop, n. 2, 2012. Disponível em: . Acesso em: 25 out.2016.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

GOMEZ, C. M.; THEDIM-COST, S. M. F. A Construção do Campo da Saúde do Trabalhador: Percurso e Dilemas. Rio de Janeiro, 1997.

GONZÁLEZ, S. T. Salud y Malestar docente: un análisis crítico. In: SEMINÁRIO REDESTRADO-NUEVAS REGULACIONES EM AMÉRICA LATINA, 3, 4 y 5 de Júlio de 2008. Buenos Aires, 2008.

GUNTHER, H. Pesquisa Qualitativa versus Pesquisa Quantitativa: Esta é a Questão? Psic. Teoria e Pesquisa, v.22,n.2, p.201-210,maio/ago.2006

GUIMARÃES, A. L. de O.; FELLI, V. E. A. Notificação de problemas de saúde em trabalhadores de enfermagem de hospitais universitário. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v.69,n.3, jun.2016.

INVERNIZZI, N. Empregos precários no setor terciário: estudo de trajetórias ocupacionais de trabalhadores em risco de exclusão. Boletim Técnico do Senac, Rio de Janeiro, p.35, 2002.

KASSADA, D. S.; LOPES, F. L. P.; KASSADA, D. A. Ergonomia: Atividades que comprometem a saúde do trabalhador. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA CESUMAR, Anais Eletrônico, 7, EPCC, Paraná, 2011. Disponível em http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/danielle_satie_kassada.pdf>. Acesso em: 20 set. 2016.

KNAPIK, M. C. O Trabalho Humano: Das sociedades comunais ao modo de produção feudal. Caderno da série “História Social do Trabalho, Curitiba, n. 2, 2005”.

KOETZ, L.; REMPEL, C.; PERICO, E. Qualidade de vida de professores de Instituições de Ensino Superior Comunitárias do Rio Grande do Sul. Ciências & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 4, p. 1019-1028, abr. 2013.

LAURELL, A.C.; NORIEGA, M. Processo de produção e saúde: trabalho e desgaste operário. São Paulo, HUCITEC, 1989.

LEMOS, M. de C.; PASSOS, J. P. Satisfação e frustração no desempenho do trabalho docente em enfermagem. Revista Mineira de Enfermagem, v. 16, n. 1, p. 48-55, 2012.

LIMA, M. de F. E. M.; LIMA-FILHO, D. de O. Condições de trabalho e saúde do/a professor/a universitário/a. Ciências e cognição. Rio de Janeiro , v. 14, n. 3, p. 62-82, nov. 2009 .

LOURENÇO, E. Â. de S. Agravos à Saúde dos Trabalhadores no Brasil: Alguns Nós Críticos. Revista Pegada, v. 12 n.1, jun. 2011. Disponível em < http://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/view/927/940> Acesso em: 20 set. 2016.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MARTINS, A. L. Mortalidade materna de mulheres negras no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.22, n.11, nov.2006.

MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004. Disponível em: http://petdireito.ufsc/wp-content/uploads/2013/05/manuscritos-economicos-e-filos%B3ficos- -marx.pdf. Acesso em : 02 nov. 2016.

MAURÍCIO, L. F. S.; MARCOLAN, J. F. O ser masculino em sofrimento psíquico no curso de enfermagem. Revista de enfermagem UFPE on line, Recife, v. 10, n. 6, p.4845-53, dez. 2016. Disponível em: < http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/view/9887/pdf_2002>. Acesso em: 11 de maio 2017.

MEIRA, T. R. M. et al. Percepções de professores sobre trabalho docente e repercussões sobre sua saúde. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. Fortaleza, v.27, n.2, p. 276-282, abr./jun. 2014.

MENDES ,R.; DIAS, E. C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública, São Paulo,v.25, n.5,p.341-349,out.1991.

MENDES, S. S.; MARTINO, M. M. F. De. Trabalho em turnos: estado geral de saúde relacionado ao sono em trabalhadores de enfermagem. Revista da escola de enfermagem da USP, São Paulo, v. 46, n. 6, p. 1471-1476, Dez. 2012.

MORIN,E. M. Os Sentidos do Trabalho. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, n.3, p. 8-19, jul./set. 2001.

OLIVEIRA, N. T. O processo de adoecimento do trabalhador da saúde: o setor de enfermagem do pronto socorro de um hospital universitário. 2009.

PAFARO, R. C.; DE MARTINO, M. M. F. Estudo do estresse do enfermeiro com dupla jornada de trabalho em um hospital de oncologia pediátrica de Campinas. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 38, n. 2, p. 152-160, junho 2004 .

RAMAZZINI , B. As doenças dos trabalhadores. 4. ed. São Paulo: Fundacentro, 2016.

REZENDE, T.; SILVA, R. M. da. A qualidade de vida no trabalho dos profissionais da área de enfermagem: um estudo a partir do modelo teórico de Hackman & Oldham. Estud. Pesqui. Psicol., Rio de Janeiro, v.8, n.3, dez.2008.

ROCHA, S. de S. L.; FELLI, V. E. A. Qualidade de vida no trabalho docente em enfermagem. Revista Latino Americano Enfermagem, São Paulo, v.12, n.1, p 28-35, jan./fev. 2004.

SANTOS, M. C. dos. A Aplicabilidade do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana na Relação de Emprego. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, v.15, n. 98, 2012.

SIQUEIRA, C. E. et al. A experiência do Observatório de Saúde do

Trabalhador (Observatoriost) no Brasil. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v.38, n.127, p.139-148, jun. 2013.

STACCIARINI, J. M. R.; TROCCOLI, B. T. O estresse na atividade ocupacional do enfermeiro. Revista Latino Americano Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 9, n. 2, p. 17-25, abril. 2001.

TEIXEIRA, M. C. A invisibilidade das doenças e acidentes do trabalho na sociedade atual. Revista de Direito Sanitário, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 102-131, mar./jun.2012.

TERRA, F. de S.; ROBAZZI, M. L. do C. C.; SECCO, I. A. de O. Perfil dos docentes de cursos de graduação em enfermagem de universidades públicas e privadas. Revista de enfermagem UERJ, v. 19, n. 1, p. 26-33, 2011. Disponível em: . Acesso em: 11 de maio 2017.

TRIPALIUM. QI 10, [2016?]. Disponível em: . Acesso em : 02 nov. 2016.

VARGAS, G. de O P. Análise das atividades de segurança e higiene do trabalho nos hospitais de Porto Alegre. Rev. Paul. De Hosp., v.29, n.9, p.267-80. 1981.

WACHOWICZ, M. C.; Segurança, Saúde e Ergonomia. In: ______.História do trabalho.1. ed. São Paulo: Intersaberes, 2012. cap.1, p. 13-34.

WERNER, A. Federico. Passado e Presente do Dia 1º de Maio. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, Belo Horizonte, v.3, n.2, p. 148-152, ago./dez 2005


A abreviatura do periódico é e-Sci, o qual deve ser utilizado em bibliografias, notas de rodapé e para referências. ISSN: 1984-7688, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Licença Creative Commons
Todo o conteúdo da e-Scientia, exceto quando identificado, está licenciado sob uma licença Creative Commons Atribuição 3.0 Não Adaptada.