MEMENTO MORI: PRÁTICAS FUNERÁRIAS E ARTE SACRA NA CULTURA BARROCA

Claudio Monteiro Duarte

Resumo


eoi/doi Deposit-Electronic Object Identifier

http://eoi.citefactor.org/10.11248/ehum.v7i2.1430


RESUMO:Este artigo aborda algumas atitudes diante da morte na cultura ocidental entre os séculos XVI e XIX, período marcado pela dúvida e pela inquietação, e ao mesmo tempo pelo impulso lúdico e pela teatralização da vida. Procurou-se salientar como a concepção dominante da morte pode ser percebida de formas semelhantes em cerimônias fúnebres, autos-de-fé e realizações artístico-religiosas, mostrando como as técnicas de preparação para a morte eram importantes numa sociedade dividida entre a fé e a razão, entre a religião e a ciência nascente.

 

PALAVRAS-CHAVE: cultura funerária, arte barroca, representações da morte

 

ABSTRACT: This article discusses the attitudes about death in the Western culture, between the 16th and 19th centuries, a period characterized by the so called baroque culture, whose main features were the doubt and the anxiety, and, at the same time, a ludic impulse and a theatrical vision of life. It emphasizes how the dominant conceptions about death may be found in the funerary habits, the public executions and punishments and the sacred artistic achievements alike, which demonstrates how the techniques of preparation to death were important in that society, divided between faith and reason, between religion and the beginnings of science.

 

KEYWORDS: funerary culture, baroque art, representations of death

Recebido em: 09/02/2015 – Aceito em 31/03/2015


Palavras-chave


Educação, Barroco, História; Imagens; iconografia;

Texto completo:

PDF

Referências


ÁVILA, Affonso. Iniciação ao barroco mineiro. São Paulo: Graal, 1990.

ÁVILA, Affonso. O lúdico e as projeções do mundo barroco. 2 vols. São Paulo: Perspectiva, 1994.

BAZIN, Germain. Barroco e rococó. Rio de Janeiro: Record, 1963.

BAZIN, Germain. O Aleijadinho e a escultura barroca no Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Tradução: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.

BOURDIEU, Pierre. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.

CAMPOS, Adalgisa Arantes. Execuções na Colônia: a morte de Tiradentes e a cultura barroca. Revista Tempo Brasileiro, n. º 110, 1992. p. 141-68.

D’ARAÚJO, Ana C. B. Morte, memória e piedade barroca. Revista de Historia das Idéias, n.º 11 (Coimbra), p. 129-74, 1989.

ECO, Umberto. A estética da formatividade e o conceito de interpretação. In: A definição da arte. Lisboa: Martins Fontes, 1986.

FALCÃO, Edgard de Cerqueira de. A basílica do Senhor Bom Jesus de Congonhas do Campo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1962.

FRANCASTEL, Pierre. A Contra-reforma e as artes na Itália no fim do século XVI. In: A realidade figurativa. São Paulo: Perspectiva, 1993, pp. 371-421.

HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

MACHADO, Lourival Gomes. Teorias do barroco (1953). In: Barroco mineiro. São Paulo: Perspectiva, 1991.

MÂLE, Émile. El arte religioso después del Concílio de Trento. In: El arte religioso del siglo XII al siglo XVIII. México: Fondo de Cultura, s/d, p. 159-92.

NUNES, Benedito. O universo filosófico e ideológico do barroco. Revista Barroco (Belo Horizonte), n.º 12, p. 23-9, 1982.

OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de. Arte no Brasil nos séculos XVI, XVII e XVIII. História da arte no Brasil: textos de síntese. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2008, pp. 15-57.

PANOFSKY, Erwin. Estudos de iconologia. Lisboa: Editorial Estampa, 1986.

PANOFSKY, Erwin. Introdução: a história da arte como uma disciplina humanística. In: Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 2007, pp. 19-46.

PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

Qohélet: O-que-sabe: Eclesiastes: poema sapiencial. Tradução de Haroldo de Campos. São Paulo: Perspectiva, 1991. Signos, v. 13.

REIS, João José. A morte como espetáculo. In: A morte é uma festa. São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p. 137-170.

VELOSO, Carlos. As capelas de ossos em Portugal: speculum mortis no espetáculo barroco. Coimbra: Livraria Minerva, 1993.

WEISBACH, W. El barroco: arte de la Contrarreforma. Madrid: Espasa-Calpe, 1948.

WÖLFFLIN, H. Conceitos fundamentais da história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1978.


##plugins.generic.alm.title##

##plugins.generic.alm.loading##

Metrics powered by PLOS ALM

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2015 Claudio Monteiro Duarte

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

  

NOVO QUALIS CAPES B2